Dois terços do Brasil são cobertos pela Amazônia Legal Brasileira (ALB), área biodiversa de mais de 5 milhões de km². Dona de um ecossistema único, a bacia amazônica gera entre 16% e 20% da água doce do planeta, contém 25% da biodiversidade terrestre, mais espécies de peixes do que qualquer outro sistema fluvial, 6.000 espécies de animais e pelo menos 40.000 espécies de plantas.
Apesar de acumular tanto riqueza e abundância, a floresta amazônica sofre ameaças cada vez piores. O desmatamento da região bateu novo recorde e aumentou quase 22% só entre 2020 e 2021, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O estado com áreas desmatadas na Floresta Amazônica foi o Pará, que concentra 42% das derrubadas. As regiões mais pressionadas foram terras públicas e áreas de proteção ambiental invadidas por madeireiros e garimpeiros.
Na análise feita pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), revelam que esta é a maior área derrubada de floresta desde o ano de 2006. Em comparação, o levantamento de 2020 registrava uma devastação de 10.851 km² nos nove estados da ALB. Além disso, a alta é a terceira consecutiva e também a primeira vez desde 1988, ano de início das medições, que a devastação sobe por quatro anos seguidos.
O aumento do desmatamento gera alterações significativas no funcionamento dos ecossistemas, gerando impactos sobre a estrutura e a fertilidade dos solos e sobre o ciclo hidrológico, constituindo importante fonte de gases do efeito estufa. A poluição gerada pelas queimadas ainda causa mortes, aumento de casos de doenças respiratórias e alterações no clima regional, que podem pôr em risco a produtividade no campo.
Diante do cenário negativo e de números nada animadores, o questionamento que deixamos é: Até quando seremos cúmplices dessa destruição? Até quando ficaremos de braços cruzados? Até quando o meio ambiente vai sobre pelas nossas mãos? Até quando haverá impunidade? Até quando?
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