Recordes de temperatura, tempo seco, incêndios em série e mais de mil mortos por conta da onda de calor. Esse é o cenário que se encontra a Europa há alguns meses.
Sozinho, o Reino Unido atingiu a temperatura mais alta da história, segundo o serviço nacional de meteorologia (Met Office). Foram 40,2°C marcados pelos termômetros em Londres. Já na França, a temperatura alcançou os 40ºC em Paris, o que é raro de acontecer na cidade.
Mas, afinal, o que vem causando essa onda de calor? Para cientistas do mundo todo a resposta para tanto calor está no aquecimento global. Para se ter ideia, as temperaturas médias mundiais aumentaram um pouco mais de 1°C além dos níveis pré-industrialização, no século 19. E, apesar de 1°C não parecer muita coisa, este é o período mais quente da história dos últimos 125 mil anos, de acordo com o órgão de ciência climática da ONU, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Dessa forma, as emissões de gases de efeito estufa causadas pela queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás, que retêm o calor em nossa atmosfera. Eles contribuem para o aumento da concentração de dióxido de carbono para os níveis mais altos em 2 milhões de anos, de acordo com o IPCC.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o fenômeno está entre os mais perigosos desastres naturais, mas raramente recebe a devida atenção porque os óbitos e a destruição causados por ele nem sempre ficam tão óbvios.
Por isso, a meta estabelecida pela ONU é limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Isso poderia evitar os impactos mais perigosos das mudanças climáticas. Mas para fazer isso, as emissões precisam atingir o seu pico até 2025.
Mas o desafio é grande. Só em 2021, as emissões de CO2 das matrizes de energia aumentaram 6%, atingindo 36,3 bilhões de toneladas, o nível mais alto de todos os tempos, estima a Agência Internacional de Energia.
Para atingir essa meta, as emissões precisam cair em, no mínimo, 43% até o final desta década, de acordo com o IPCC e o mundo teria de reduzir as emissões líquidas anuais a zero até 2050.
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